Mancha de Ascochyta
Ascochyta pinodes
Cultura: Ervilha.
Descrição: O fungo Ascochyta pinodes L.K. Jones, agente causal da mancha-de-Ascochyta na ervilha, tem como teleomorfo Mycosphaerella pinodes (Berk. et Bloxam) Vestergr.
Esta doença pode causar sérios problemas nas regiões com invernos chuvosos.
A doença se caracteriza por produzir sintomas do tipo queima, afetando todas as partes da planta.
A mancha-de-Ascochyta tem ampla distribuição mundial, existem registros de incidência da doença no Canadá, China, Estados Unidos e Tasmânia. No Brasil, existem registros de incidência nos estados do Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Ascochyta pinodes é um patógeno específico de hospedeiras da família Leguminosae, entre elas, Phaseolus, Pisum e Vicia.
Sintomas: O sintoma típico da doença são manchas circulares ou irregulares, marrom-escuras, de aspecto zonado. Folhas: As lesões apresentam-se como manchas arredondadas ou irregulares, de aspecto zonado, com 2-5 mm de diâmetro, cinza-escuras, bordos indefinidos e marrom-escuros; com o avanço da epidemia, podem coalescer e ocupar uma grande área na lâmina foliar, em cujo interior observam-se as frutificações (picnídios) do fungo; se as condições forem propícias para ataques muito severos, pode causar a morte das folhas. Vagens: Se o fungo ataca nos estádios iniciais de sua formação, provoca a formação de cancros que podem afetar os tecidos internos e atingir as sementes; nas vagens mais velhas, as manchas não são deprimidas, porém há formação de picnídios sobre as mesmas. Haste: Os sintomas apresentam-se principalmente sobre ou próximos dos nós, como manchas púrpuras e deprimidas. Sementes: O tegumento apresenta-se enrugado e escuro, e quando as sementes são colocadas em câmara úmida, desenvolvem-se as frutificações do fungo.
Bioecologia: O fungo pode sobreviver na forma de clamidósporos ou picnídios nos restos da cultura deixados no campo após a colheita. As sementes são uma importantíssima via de sobrevivência do patógeno.
A doença é disseminada a longa distância através das sementes infectadas ou contaminadas superficialmente. Dentro da lavoura, os conídios são dispersados pelos respingos da água da chuva ou da irrigação por aspersão e também pelo vento. Os restos de cultura no solo também podem constituir-se numa via de dispersão do patógeno durante os labores de preparação do solo.
Períodos de chuva prolongados, umidade relativa alta e temperaturas inferiores a 23°C são condições que favorecem o desenvolvimento da doença.
Resistência varietal: Não há referências sobre a existência de variedades ou cultivares de ervilha resistentes a A. pinodes.
Práticas culturais: Deve-se utilizar sementes sadias, limpas e adequadamente tratadas. Retirar do campo e queimar os restos contaminados da cultura. Evitar plantar em regiões com invernos chuvosos, irrigação excessiva e solos mal drenados. Realizar rotações de cultivo, principalmente com gramíneas.
Controle químico: Realizar pulverizações com fungicidas protetores ou sistêmicos, ou a combinação de ambos.
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