Cancro-da-haste
Diaporthe phaseolorum f.sp. meridionalis
Descrição: O cancro da haste causa severos danos à soja.
Danos: O sintoma inicial, visível aos 15-20 dias após a infecção, é caracterizado por pequenos pontos negros que evoluem para manchas alongadas a elípticas e mudam da coloração negra para castanho-avermelhada. No estádio final, as manchas adquirem coloração castanho-clara, com bordas castanho-avermelhadas e formam grandes lesões alongadas, geralmente de um lado da haste.
Plantas severamente infectadas sofrem quebra da haste e severo acamamento. Lavouras altamente infectadas podem ser, em poucos dias, totalmente dizimadas. As plantas mortas prematuramente ficam com as folhas pendentes ao longo da haste. Normalmente, o nível de infecção das sementes é baixo, em torno de 1,5%.
Características marcantes no diagnóstico do cancro da haste são a profundidade das lesões e a coloração da medula necrosada, que varia de castanho-avermelhada, em planta ainda verde, a castanho-clara a arroxeada, em haste já seca, estendendo-se, nos dois sentidos, muito além dos limites dos cancros.
Uma das primeiras indicações de planta em fase adiantada de infecção é a presença de folhas amareladas e com necrose entre as nervuras, caracterizando a chamada folha “carijó”. A folha “carijó” pode ter várias causas (nematóide de galhas, podridões radiculares e da haste) devendo-se ter o cuidado de associar sua presença a sintomas externos e ao escurecimento castanho do lenho e da medula, Causas freqüentes de confusão com os sintomas iniciais de cancro da haste são os sintomas de antracnose (Colletotrichum dematium var. truncata) e de manchas vermelhas na haste, causada por Cercospora kikuchii.
Essas duas doenças diferem do cancro da haste por apresentarem lesões superficiais, raramente atingindo a medula. Diversas leguminosas são suscetíveis ao fungo do cancro da haste e podem servir de fonte de inóculo para a soja, quando cultivadas em sucessão como tremoço (Lupinus spp.), crotalaria (Crotalaria spp.) e guandu (Cajanus cajan).
Controlo: A forma mais econômica e eficiente de controle da doença é através do uso de variedades resistentes. Em áreas onde não se dispõe de variedades resistentes, deve-se executar as seguintes medidas de controlo:
a) rotação da cultura com algodão, arroz, girassol, milho, pastagem ou sorgo e sucessão com aveia branca, aveia preta, milheto;
b) manejo do solo para a incorporação dos restos culturais;
c) semeadura com maior espaçamento entre as ruas e entre plantas, de modo a evitar o estiolamento e o acamamento;
d) adubação e calagem equilibradas.
Apesar da baixa taxa de transmissão do fungo pela semente, este pode ser um meio eficiente de introdução do patógeno em áreas indenes. As poucas plantas infectadas no primeiro ano multiplicarão o inóculo, podendo resultar em grandes perdas na safra seguinte.