Entomosporiose
Entomosporium mespili
Descrição: Esta doença causa desfolhação severa das plantas durante o verão, reduzindo a sua capacidade fotossintética e, com ela, os rendimentos. A doença é muito comum na Europa e se caracteriza por provocar severa desfolha, principalmente nas regiões de clima cálido, chuvoso e úmido no verão. A entomosporiose é uma doença de ampla distribuição mundial, com alta incidência em toda a Europa, existindo registros também na Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos e Paraguai, entre os países não-europeus. Entomosporium mespili é comum nas rosáceas, com maior incidência em marmelo e pêra, afetando também a maçã quando encontra-se sob alta pressão de inóculo procedente de pomares próximos das outras espécies mais suscetíveis. Além das rosáceas, E. mespili ataca espécies de plantas de outras famílias, como Araceae, Fabaceae (Leguminosae), Myrtaceae e Polygonaceae.
Danos: Os sintomas típicos da doença são a desfolha maciça das plantas durante o verão e as manchas em ramos e frutos. Os sintomas começam em ambas as faces das folhas jovens como lesões pequenas, avermelhadas a púrpuras, as quais aumentam de tamanho, coalescem, tornando-se marrom-escuras, às vezes aparecem rodeadas por um halo clorótico; as folhas severamente infectadas tornam-se necróticas, amarelecem e caem. A maior queda das folhas ocorre na parte mais baixa da árvore, de maneira que, na época da colheita, restam folhas apenas no topo da copa. Os sintomas são similares aos observados nas folhas, mas as manchas tornam-se deprimidas à medida que o fruto cresce; quando a infecção é muito severa, os frutos podem rachar. As lesões apresentam-se nos ramos novos como pequenas manchas incospícuas, negro-purpúreas, algumas dessas manchas desenvolvem cancros superficiais, mas estes perdem as paredes na próxima estação de crescimento, de maneira que raramente persistem na madeira de dois anos de idade.
Controlo: Não há referências sobre a existência de cultivares de maçã, nespera e marmelo com algum tipo de resistência a E. mespili. Alguns clones de Pyrus amygdaliformis, P. betulaefolia e P. calleryana são resistentes à infecção.
Retirar as folhas e ramos caídos embaixo das árvores e destruí-los pelo fogo, enterramento ou compostagem. Realizar podas de limpeza para retirar os ramos e folhas velhas com sintomas.
Dependendo da fonte e do momento de amadurecimento do inóculo primário, a doença pode ser controlada com 3-5 aplicações de fungicidas protetores durante a fase de crescimento vegetativo; sendo particularmente importante as pulverizações no final da estação.