Ergot

Claviceps africana

Descrição: Claviceps africana é um fungo eminentemente graminícola, existindo registros de incidência sobre Andropogon sp., Brachiaria sp., Dichanthium aristatumPanicum maximumSorghum bicolorS. caffrorum S. halepense. A doença afeta os floretes individuais da panícula, causando uma redução na quantidade de grãos produzidos e limitando seu desenvolvimento. Em cultivares suscetíveis, a perda na produção de grãos é em torno de 60%; em alguns casos pode ser total. A doença causa grandes perdas não somente em quantidade de grãos, mas também na sua qualidade devido ao crescimento de saprófitas sobre a substância açucarada que cobre os grãos sadios. A viabilidade das sementes também é alterada.

Danos: No estágio inicial, denominada fase de secreção doce ou açucarada, a doença é facilmente reconhecida pela presença de gotas de líquido pegajoso, de coloração inicialmente rosada e, mais tarde, parda, que exsudam dos ovários infectados. A produção do líquido chega a tal volume que há um gotejamento sobre as folhas e mesmo sobre o solo, que torna-se branco pelo açúcar. Essas gotas, constituídas por uma massa de conídios do fungo, são doces e atraem numerosos insetos. Tal secreção pode se tornar visível 5 a 10 dias após a infecção. Vários fungos (Cerebella volkensii,Fusarium spp., Cladosporium spp. e leveduras) podem se desenvolver no líquido açucarado de maneira a convertê-lo em uma massa negra viscosa que, ao secar, torna-se amorfa. Neste caso, a formação de escleródios fica praticamente impedida. No entanto, quando o clima é seco, forma-se uma crosta branca dura. Escleródios formam-se no interior das glumas, no lugar da semente, caracterizando a segunda fase da doença.

Controlo: Não há informação disponível sobre a existência de cultivares ou híbridos com algum tipo de resistência a C. africana.
As medidas de controle visam, principalmente, a proteção dos sítios de infecção e a redução das fontes de inóculo. Lavouras produtoras de semente de sorgo híbrido podem ser protegidas com fungicidas protetores e sistêmicos, observando-se intervalos de cinco a sete dias entre as pulverizações, iniciadas a partir do estádio de folha-bandeira até o final da antese. O fungicida tebuconazole deve ser aplicado a partir do início da fase de floração.
Outra medida adequada é a produção de semente híbrida em época que possibilite o escape à doença ou em lavouras nas quais o inóculo não esteja presente.
A limpeza e classificação das sementes, de forma a elimininar os escleródios presentes na semente, é uma ótima forma de controle da doença. As sementes devem ser colocadas de molho numa solução de cloreto de sódio a 5%, na qual os escleródios flutuam, sendo assim facilmente eliminados do lote de sementes.