Mancha-de-cercospora

Cercospora beticola

Descrição: Esta doença é muito destrutiva, causando necrose foliar intensa, enfraquecimento das plantas e redução dos rendimentos. Mundialmente, o patógeno causa a principal doença foliar da cultura da beterraba, sendo especialmente destrutor durante o verão úmido nas regiões mais cálidas da Europa. A mancha-de-Cercospora está amplamente distribuída no mundo, com incidência em todas as regiões dedicadas à cultura da beterraba-açucareira e beterreba-de-mesa. Cercospora beticola é um patógeno quase exclusivo de espécies da família Chenopodiaceae, embora existam registros em alguns hospedeiros de outras famílias, como Malvaceae, Pedaliaceae e Polygonaceae.

Danos: Os sintomas característicos da doença são manchas foliares necróticas e coalescentes, e colapso das folhas, que caem no chão, mas não se destacam da coroa. Os sintomas ocorrem nas folhas mais velhas, sendo que as folhas centrais e mais jovens são menos atacadas ou podem aparecer livres de sintomas. As lesões começam como numerosas e diminutas manchas necróticas, circulares, douradas a marrom-claras, rodeadas por um bordo marrom-escuro a púrpura-avermelhado, ao aumentarem de tamanho, atingem 3-5 mm de diâmetro e coalescem, ocupando uma grande área na lâmina foliar, tornando os tecidos amarelos e depois marrons e necróticos. No centro das manchas observam-se os estromas do fungo, onde é produzida grande quantidade de conídios sob condições de alta umidade, dando-lhe uma coloração cinza e aspecto aveludado. O tecido necrótico pode destacar-se e deixar vários buracos nas folhas. Nos pecíolos ocorrem sintomas similares aos das folhas, apenas diferenciando-se pelo formato alongado ou elíptico. Na parte que fica fora da terra, freqüentemente ocorrem lesões circulares e deprimidas.

Controle: Existem cultivares de beterraba resistentes a Cercospora beticola, mas os outros hospedeiros do fungo são suscetíveis, o que permite manter uma alta densidade de inóculo na região, ainda com a ausência da cultura. Realizar rotação de cultura com espécies não-hospedeiras por um período de 2-3 anos. Os restos de cultura infectados devem ser retirados do campo e destruídos ou enterrados profundamente no solo. Os campos novos devem ser situados pelo menos a 100 m dos campos de campanha anterior. O controle químico deve ser usado somente em caso de epidemias muito severas, e realizar pulverizações com uma mistura de fungicidas protetores e sistêmicos devido ao fácil surgimento de estirpes do fungo resistentes ao fungicidas sistêmicos.

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