Podridão-da-raiz

Phytophthora cactorum

Descrição: A podridão da raiz ou podridão do colo é conhecida, também, como podridão da coroa. Este fungo é muito agressivo, sendo a principal doença do sistema radicular das  culturas da macieira e do morangueiro.
O patógeno possui ampla distribuição geográfica, estando associado a solos argilosos e mal drenados.
Além da macieira e do morangueiro, várias espécies de plantas frutíferas são hospedeiras do fungo, tais como pessegueiro, ameixeira e cerejeira. O fungo também está associado com a cultura da pereira, porém não há relatos de ocorrência em nosso país.

Danos:
Macieira: As perdas iniciam nos primeiros anos após o plantio e podem chegar a 30% das plantas no terceiro e quarto anos. As plantas geralmente apresentam degeneração da parte aérea, apresentando sintomas de deficiência nutricional, murcha e, às vezes, morrem. Os ferimentos na região do colo e raízes das plantas favorecem a infecção, sendo que, geralmente, a penetração inicia pela zona de enxertia, ainda no viveiro.
As folhas das plantas infectadas apresentam-se amareladas, e no outono adquirem coloração avermelhada ou purpúrea. Estes sintomas são reflexos da ação do fungo na região do colo e sistema radicular, o qual interrompe o fluxo da seiva.
Há redução do crescimento dos ramos terminais.
Em caules jovens, a região do colo apresenta sintomas de podridão com exsudação de goma. No local afetado ocorre necrose do lenho e posteriormente a degradação dos tecidos, exalando um acentuado odor acre. A lesão fica restrita à casca, e  pode avançar para a parte superior do tronco, doença então denominada de podridão do colo.
Tecidos recém-infectados apresentam lesões encharcadas de cor castanha, que posteriormente tornam-se avermelhadas, freqüentemente acompanhadas da desintegração dos tecidos vasculares. Quando arrancada, a planta quebra-se com facilidade na região superior do rizoma, e a maior parte do sistema radicular fica no solo.
Quando a doença avança para a região abaixo do nível do solo é denominada de podridão da coroa ou podridão da raiz.

Morangueiro: O sintoma típico é a murcha, visível principalmente nas folhas novas e, em poucos dias, toda a planta murcha e morre. Os sintomas são mais comuns logo após o transplante e entre o florescimento e a frutificação.
O patógeno pode infectar o fruto em qualquer estádio de desenvolvimento, atingindo também cálices e pedúnculos. Os frutos desenvolvidos, quando infectados, apresentam coloração marrom-clara, tanto externa como internamente, e, posteriormente, ficam secos, escuros e mumificados. Sobre as lesões, em frutos já colhidos, observa-se uma massa branca, de aspecto seboso.
Tecidos recém-infectados apresentam lesões encharcadas de cor castanha, que posteriormente tornam-se avermelhadas, freqüentemente acompanhadas da desintegração dos tecidos vasculares. Quando arrancada, a planta quebra-se com facilidade na região superior do rizoma, e a maior parte do sistema radicular fica no solo.

Controle:
Macieira: Os porta-enxertos Marubaikaido e MI-793 possuem melhores condições de sobrevivência que os portas-enxertos anões. Os porta-enxertos M 27, Budagovsky, M 9, Ottawa 3, M 4 e Novole também são considerados resistentes. Já o  porta-enxerto MM-106 é muito suscetível.
O pomar não deve ser instalado em áreas de solos úmidos e de difícil drenagem. Recomenda-se também evitar ferimentos nas regiões das raízes e do colo, assim como a prática de amontoa de solo no colo da planta, encobrindo o porta-enxerto, método que expõe a mesma à infecção pelo fungo.
O controle químico é feito com a aplicação de Fosetyl-A1 no início da ocorrência da doença. São recomendadas até três aplicações anuais: uma no estádio J e as outras duas com 60 dias de intervalo entre aplicações.

Morangueiro: Utilizar fungicidas indicados para as doenças e registrados para a cultura. O tratamento químico em pós-colheita não é recomendado devido ao problema de resíduos e à deterioração que o molhamento causa nos frutos.
É aconselhável evitar condições de alta umidade, sendo necessário fazer o manejo adequado da água, utilizando preferencialmente o gotejamento. Outras medidas são necessárias, tais como o revestimento dos canteiros, eliminação de frutos doentes e restos de cultura, utilização de espaçamento adequado e adubação equilibrada. A colheita deve ser realizada nos períodos mais frescos e secos do dia, sem manipulação excessiva dos frutos, e os ferimentos devem ser evitados.
Os frutos recém-colhidos devem ser resfriados rapidamente abaixo de 6 °C, com o sistema de ar forçado. Os frutos devem ser conservados de 0 a 1 °C, com 90 a 95% de umidade relativa. Recomenda-se, também, o uso de atmosfera modificada com injeção de CO2 (10 a 15%) e 5 °C de temperatura.

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