Seca dos ramos
Lasiodiplodia theobrome
Descrição: Essa doença já foi constatada em vários países produtores de manga do mundo, e sua importância tem sido maior em condições semiáridas. A lista de espécies hospedeiras de L. theobromae é bastante extensa, incluindo espécies frutíferas como cajueiro, coqueiro, goiabeira, videira, maracujazeiro, pinha, cana-de-açúcar e etc.
Sintomatologia: O fungo causa seca-de-ponteiros, queima de inflorescências, abortamento de frutos e, também, podridão peduncular em manga durante a pós-colheita. Em ramos verdes, causa lesões escuras de forma irregular, não deprimida, geralmente associada à base do pecíolo da folha. Sintoma semelhante pode ser observado nas gemas apicais, com frequente exsudação de goma. Os sintomas em ramos evoluem para uma seca e morte do ponteiro, onde as folhas secam e ficam presas ao ramo. Caso os ramos infectados não sejam retirados da planta, a infecção pode progredir lentamente de cima para baixo, deixando toda área afetada necrosada. A seca pode progredir para os ramos mais velhos, tronco e até matar a planta. Geralmente, quando esse tipo de sintoma é detectado, a planta já está debilitada e de difícil recuperação.
O fungo pode causar morte de mudas quando a infecção se dá na região da enxertia. Nas inflorescências, ocorrem lesões escuras e morte de frutos jovens. A infecção ocorre frequentemente na ponta da raque e progride da ponta para a base, causando o secamento da inflorescência. Em frutos jovens, por meio do pedúnculo, a doença provoca podridão e queda dos mesmos. Em frutos maduros, o patógeno causa uma podridão de aspecto mole e aquoso, deixando os frutos imprestáveis para o consumo. Semelhante à antracnose, a infecção pode permanecer quiescente na região do pedúnculo, em frutos maiores, manifestando-se em pós-colheita.
Aspectos epidemiológicos e controle: O fungo L. theobromae sobrevive como saprófita em ramos secos, restos de inflorescências, frutos mumificados e material vegetal podado, onde pode se reproduzir abundantemente, principalmente sob condições de alta umidade (por exemplo, restos de cultura próximos aos microaspersores). O fungo penetra na planta principalmente por ferimentos causados pela prática da poda, outras doenças e pragas. As condições mais favoráveis ao desenvolvimento do fungo são temperaturas em torno de 30 oC a 35 oC.
Para o controle da doença, recomendam-se as seguintes práticas: realizar podas de limpeza após a colheita; proteger as áreas podadas, com pasta cúprica; desinfectar as ferramentas de poda; eliminar plantas mortas ou muito doentes; adubar e irrigar adequadamente o pomar, evitando-se que a água atinja o tronco das plantas; evitar o estresse hídrico ou nutricional prolongado; controlar insetos, principalmente a mosquinha, que possam causar ferimentos às plantas; utilizar fungicidas à base de cobre, tiofanato metílico ou carbendazim e mancozeb.