Algodão-da-oliveira
Euphyllura olivina
Descrição: Os adultos têm o corpo relativamente curto e largo, medindo entre 2,4 e 2,8 mm de comprimento, no caso das fêmeas, e entre 2,0 e 2,4 mm, no caso dos machos. A sua cor é verde clara, tornando-se verde acastanhada mais ou menos escura com a idade. A cabeça é mais comprida do que larga e está curvada para diante. Possuem olhos compostos de cor vermelha clara e antenas filiformes com 10 segmentos. As asas anteriores são membranosas e as posteriores transparentes e de menores dimensões. Em repouso dobram-se sobre o corpo, em forma de telhado. O terceiro par de patas está adaptado ao salto e é maior do que os dois anteriores.
Os ovos são elípticos, com a extremidade anterior cónica arredondada. Na extremidade posterior, que é hemisférica, possuem um curto pedúnculo que lhe serve para se fixarem à planta hospedeira. Medem cerca de 0,3 mm de comprimento por 0,15 mm de largura. Quando recentemente postos são esbranquiçados, para passarem depois a amarelados e , mais tarde, a alaranjados. Imediatamente antes da eclosão podem observa-se os olhos vermelhos da ninfa à transparência.
As ninfas têm cor amarela clara ou ocre, olhos vermelhos brilhantes e corpo achatado dorsoventralmente. Quando recentemente eclodidas medem entre 0,30 e 0,45 mm de comprimento por 0,15 a 0,24 mm de largura, para atingirem entre 1,2 e 1,8 mm de comprimento e entre 0,8 e 1,1 mm de largura, na fase final do desenvolvimento. Na região posterior do abdómen possuem numerosas glândulas que segregam uma substância cerosa de cor branca que cobre totalmente a colónia ninfal e lhe dá uma aparência típica semelhante a algodão, de que deriva o nome do insecto.
Sintomatologia: As árvores atacadas pelo algodão-da-oliveira reconhecem-se facilmente pela presença de secrecções cerosas de cor branca que cobrem as ninfas. No caso de fortes ataques, os órgãos podem apresentar-se murchos e de cor acastanhada.
Estragos e prejuízos: O algodão-da-oliveira é um insecto picador-sugador que se alimenta da seiva das plantas, quer no estado imaturo, quer no estado adulto, podendo, assim, prejudicar o seu normal desenvolvimento. Se os ataques incidirem nos rebentos, podem afectá-los negativamente e prejudicar o desenvolvimento das árvores. Contudo os prejuízos mais graves verificam-se quando os órgãos atacados são as inflorescências, por poderem originar o definhamento e queda dos botões florais, originando uma redução da produção, variável com as condições climáticas, a cultivar e a intensidade do ataque.
Para além destes estragos directos, o algodão-da-oliveira também pode causar estragos indirectos, em resultado das meladas que excreta e que originam o desenvolvimento de fungos responsáveis pela fumagina. Contudo, em geral os estragos causados por esta praga não assumem gravidade, salvo em situações excepcionais em que se verifiquem ataques intensos na Primavera.
Medidas de protecção indirectas ou preventivas: Incluem-se aqui as medidas que visam a conservação, ou seja, a protecção, a manutenção e o aumento das populações de auxiliares. Neste contexto por um lado dever-se-á evitar a sua destruição, não utilizando os pesticidas mais tóxicos e, por outro lado, dever-se-á fomentar o aumento da sua população proporcionando-lhe hospedeiros alternativos, alimento suplementar, abrigos e locais de hibernação, designadamente através da conservação de bordaduras dos olivais e do enrelvamento, com vegetação em floração.
Meios de protecção directos: Raramente é necessário aplicar meios de protecção directos contra o algodão-da-oliveira, sucedendo, por vezes, que a natureza dos ataques incita à realização de tratamentos desnecessários. De facto apenas densidades populacionais elevadas originam o abortamento e destruição dos botões florais, tanto mais que este abortamento se confunde e sobrepõe ao abortamento fisiológico da árvore. Se for necessário combater a praga, os tratamentos deverão realizar-se no período compreendido entre o aparecimento dos botões florais e o desabrochamento, recomendando-se, para o efeito, um primeiro tratamento com sabão de potassa, para destruir as massas de algodão, que funcionam como defesa da praga, e um segundo com óleo de Verão.