Broca do café
Hypothenemus hampei
Descrição: É uma praga encontrada em todas as regiões produtoras de café do mundo. Essa praga é considerada importante porque ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, inclusive grão já seco.
Danos: Dependendo do nível de infestação, os prejuízos podem chegar a 21%, somente pela perda de peso. Além disso, a qualidade do café fica prejudicada, uma vez que as porcentagens de grãos brocados e quebrados aumentam proporcionalmente ao aumento da infestação da praga, resultando num produto de tipo e valor comercial inferiores, pois, para cada cinco grãos brocados e/ou quebrados encontrados na amostra, o lote de café correspondente é penalizado com um defeito no sistema de classificação.
Controle químico: O controle deve ser iniciado quando a infestação atingir o nível de controle (3% a 5%), pulverizando-se as partes mais atacadas da lavoura. Como o ataque não se distribui uniformemente, recomenda-se o controle apenas para os talhões em que a infestação da praga já tenha atingido 3 a 5%. Procedendo-se dessa forma evitam-se gastos desnecessários com mão-de-obra e inseticida, como também, tem-se uma diminuição dos problemas relacionados ao uso do produto. Mesmo após a aplicação do inseticida, o monitoramento deve continuar, e quando a infestação alcançar o nível de controle, pulverizar novamente, respeitando o período de carência do produto usado.
Controle cultural: A redução do ataque da broca pode ser obtida fazendo-se uma colheita bem feita e um repasse na lavoura, se necessário, para evitar a sobrevivência dessa praga e que passe para os frutos novos da próxima safra. Devem-se destruir os cafezais velhos e abandonados, nos quais a broca encontra abrigo e se multiplica livremente, e também alertar o vizinho para que controle a praga, evitando focos para outras lavouras.
Controle biológico: A vespa-da-costa-do-marfim (Cephalonomia sp.) é um importante inimigo natural da broca-do-café, contudo ainda não existem estudos sobre a possibilidade de multiplicação em larga escala para uso no controle a campo. Tem-se observado a ocorrência do fungo Beauveria bassiana fazendo o controle natural da broca, que fecha o furo feito pela broca em forma de um tufo branco. Nos cafezais onde ocorre o fungo, é comum encontrá-lo envolvendo broca morta no interior do fruto. Nessas lavouras recomenda-se não fazer aplicação de agroquímicos, a não ser que a infestação da broca ultrapasse 5% de frutos broqueados sem infecção de B. bassiana.