Broca dos ramos

Zeuzera pyrina

Trata-se de um lepidóptero de hábitos nocturnos, que ataca várias espécies lenhosas, verificando-se, nos últimos anos, um ligeiro acréscimo da sua importância.
As fêmeas adultas têm um comprimento de 60 mm a 70 mm, sendo os machos de menor comprimento. A zêuzera apresenta dimorfismo sexual acentuado, nomeadamente nas antenas, que são do tipo filiforme nas fêmeas e bipectinadas nos machos. A coloração é comum aos dois sexos, sendo as asas brancas com pontuações azuis metálicas. O tórax é branco com seis grandes pontuações, enquanto o abdómen é mais sombreado. Na fêmea, o abdómen é bastante mais largo, terminando num oviscapto retráctil que se alarga no momento da postura. O ovo apresenta 1 mm de diâmetro, cor amarela a rosa salmão. As larvas são de coloração amarela com pontuações negras, podendo atingir 60 mm de comprimento, sendo a cabeça, a placa torácica e a placa anal negras. A pupa tem coloração acastanhada observando-se antes da emergência as típicas pontuações negras dos adultos.
A zêuzera pode completar o seu ciclo biológico no período de um ou dois anos. O voo do adulto, normalmente, inicia-se em Junho. Após o acasalamento, a fêmea começa a fazer a postura, agrupando os ovos em número variável e colocando-os em locais protegidos, como galerias, fissuras e feridas. Passadas uma a três semanas, ocorre a eclosão e as larvas neonatas dirigem-se para as partes altas da planta, penetrando os lançamentos perto das axilas das folhas. A larva, ao atingir determinadas dimensões, é obrigada a abandonar os rebentos, dirigindo-se para madeira mais grossa, de forma a completar o seu desenvolvimento. A zêuzera passa o Inverno no estado de larva e na Primavera reinicia a sua actividade, escavando de forma ascendente uma galeria. Ao alcançar o completo desenvolvimento, inverte o sentido da perfuração e antes de pupar, limpa toda a galeria, expulsando a serradura e os excrementos. A pupa atinge o orifício de saída, onde a exúvia fica retida.
Os primeiros sintomas da presença da praga observam-se na parte terminal dos lançamentos, que secam a partir do ponto de penetração. Junto deste e no solo, há acumulação de excrementos e serradura. Desta forma, a zêuzera conduz à debilitação da árvore o que, no caso dos pomares novos, pode obrigar a uma reformulação do sistema de condução. Em casos extremos pode mesmo levar à morte da árvore.
Quando a praga assume grande importância, deve dar-se preferência, na estratégia de combate ao bichado, à utilização de substâncias activas com acção simultânea para a zêuzera. Uma vez que o período de voo dos adultos se prolonga por vários meses, a luta química só por si pode não ser suficiente, pelo que, em muitos casos, se torna necessário complementá-la com técnicas culturais tradicionais, tais como introdução de um arame na galeria ou a injecção de um insecticida fumigante, de forma a proceder à destruição da lagarta. A remoção da lenha atacada pode também levar à redução da população da zêuzera no pomar, sendo uma medida profilática a estimular.

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