Cochonilha de São José

Quadraspidiotus perniciosus

Sintomatologia: A gravidade dos danos é causada, não só pela sua proliferação e polifagia, mas também por inocular na planta uma espécie de saliva tóxica que provoca, no sítio de picada, uma lesão de cor vermelha que desvaloriza os frutos. Estes sintomas não devem ser confundidos com picadas de outras cochonilhas ou pontuações vermelhas à volta das lentículas (fenómenos de nutrição). Pode causar a morte de árvores novas. O tratamento contra a cochonilha de S. José é obrigatório por lei em Portugal (Portaria n.° 472/89) e na União Europeia.

Biologia: Hiberna no 1.° ou 2.° estados larvares e no estado de fêmea adulta. No fim do Inverno retoma a actividade podendo, nesta altura, identificar-se um dimorfismo sexual pela forma do escudo (circular nas fêmeas e oblonga nos machos). Sofrem 4 mudas até emergirem os machos alados e as fêmeas, as quais permanecem fixas ao hospedeiro por um estilete e cobertas por um escudo de 2 mm de diâmetro. As fêmeas são vivíparas e não partenogénicas e mais numerosas do que os machos. Cerca de 30 a 40 dias após a copulação surgem as larvas móveis de cor amarela. Num período de 6-8 semanas uma fêmea pode originar 400 larvas. Estas são móveis, podem ser disseminadas pelo vento, aves e Homem. No hospedeiro buscam um local adequado à sua alimentação, fixando-se então. É nesta fase que o insecto se torna mais vulnerável aos tratamentos fitossanitários. Uma vez fixas segregam uma substância cerosa que em contacto com o ar solidifica dando origem a um escudo, destacável do corpo do insecto. De início o escudo é branco, acabando por escurecer até ficar negro. É durante a passagem a larva do 2.° instar, em que a exúvia faz parte do escudo, que os factores climáticos se podem tornar críticos para o insecto. Em função dos valores da temperatura podem ter diapausa invernal ou estival. Em Portugal podem ocorrer 2 a 5 gerações desta praga.

Medida de combate: Inimigos naturais: Encertídeos e afelinídeos com realce, de entre estes, para Prospaltella perniciosi (parasitóide endófago). Este parasita, nas regiões mediterrânicas, tornou-se no auxiliar mais importante contra esta praga. Como predadores destacam-se, de entre os coccinelídeos, a Coccinella septempunctata e o ácaro Hemisarcopfes malus.

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