Lagarta-do-algodoeiro

Helicoverpa spp.

Descrição: O gênero Helicoverpa é composto por diversas espécies altamente destrutivas, devido a suas características biológicas (polifagia, alta fecundidade, alta mobilidade local das lagartas e migração das mariposas) que lhe permite sobreviver em ambientes instáveis e adaptar-se a mudanças sazonais do clima. A taxonomia desse gênero é complexa e requer conhecimentos muito específicos de suas estruturas reprodutivas.
 
Danos: O crescimento populacional de lagartas do gênero Helicoverpa e consequentes prejuízos aos sistemas de produção foram ocasionados por um processo cumulativo de práticas de cultivo inadequadas, caracterizadas pelo plantio sucessivo de espécies vegetais hospedeiras (milho, soja e algodão) em áreas muito extensas e contíguas associadas a um manejo inapropriado dos agrotóxicos. Isso tornou o agroecossistema progressivamente suscetível a doenças e aos insetos-praga devido à farta disponibilidade de alimentos, sítios de reprodução e abrigo durante quase todo o ano.
A significativa mudança na diversidade de espécies vegetais invasoras e na ampliação de espécies e populações de patógenos e artrópodes associados às plantas cultivadas. Isso acaba propiciando o surgimento de pragas e doenças anteriormente reconhecidas apenas como secundárias, ou ainda pragas restritas a uma ou outra cultura que passam a atacar, indiscriminadamente, todas as demais culturas constitutivas do sistema agrícola. Esses agentes de competição interespecífica (pragas, doenças, ervas daninhas) têm sido controlados com agrotóxicos, na maioria das vezes, de forma recorrente e ineficaz, com pulverizações sem rigor técnico e, sem o devido monitoramento das pragas. Tornou-se predominante a utilização de mistura de agrotóxicos, de produtos não seletivos com o mesmo sítio de ação sobre os organismos-alvo e não alvo (inimigos naturais). A falta de racionalização no uso de agrotóxicos além de provocar a redução populacional dos inimigos naturais das pragas e desequilíbrios biológicos nos sistemas agrícolas, causa contaminação e problemas de saúde pública derivados dos efeitos tóxicos em humanos.
Assim, esse sistema agrícola altamente desequilibrado é o que tem propiciado a abundância contínua de alimentos para as pragas contribuindo significativamente para a proliferação desses insetos. Essas pragas têm atingido níveis populacionais tão elevados, que acabam superando o limiar de atuação dos agrotóxicos comprometendo a eficiência de controle.
 
Controlo: A época de semeadura é uma das principais táticas de controle cultural que compõe o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Por isso, recomenda-se efetuar a semeadura das culturas do milho, soja e algodão no menor espaço de tempo possível, procurando obter uma janela de semeadura menor. Esse curto período de semeadura é importante para reduzir o período de disponibilidade de alimento às pragas polífagas e assim, maximizar a eficiência da prática de destruição dos restos de cultura quando esta se tratar do algodoeiro.
Além disto, o produtor deve escolher variedades Bt (milho, algodão e soja) mais adequadas aos seus sistemas de cultivo. É fundamental que sejam adotadas as áreas de refúgio preconizadas pelas empresas detentoras da tecnologia Bt, utilizando a mesma espécie ou isolinha da cultivar relacionada. Dessa forma, promover-se-á sincronia de emergência de adultos favorecendo o cruzamento entre as populações de pragas expostas e não expostas à toxina Bt. Ressalta-se que para favorecer e facilitar o acasalamento entre os insetos, o refúgio não deve se localizar a mais de 800 metros de distância da área cultivada com plantas Bt. Utilizar o MIP na área de refúgio priorizando utilização de controle biológico, inimigos naturais e bioinseticidas à base de baculovírus. Para o controle químico, utilização de produtos recomendados para as culturas.

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