Nematoide-das-lesões-radiculares

Pratylenchus brachiurus

Diagnose: Embora a intensidade dos sintomas apresentados pelas lavouras de soja atacadas por P. brachyurus seja dependente de alguns fatores, como por exemplo a textura do solo, em geral o que chama a atenção é a presença, ao acaso, de reboleiras onde as plantas ficam menores mas continuam verdes. As raízes das plantas parasitadas apresentam-se, parcial ou totalmente, escurecidas. Isso se deve ao ataque às células do parênquima cortical, onde o patógeno injeta toxinas durante o processo de alimentação. A movimentação do nematóide na raiz também desorganiza e destrói células.

Controlo: Pratylenchus brachyurus também pode parasitar a aveia, o milho, o milheto, o girassol, a cana-de-açúcar, o algodão, o amendoim, etc, alguns adubos verdes e a maioria das plantas daninhas, o que dificulta a escolha de espécies vegetais para inclusão na rotação/sucessão com a soja. Contudo, estudos em casa de vegetação têm mostrado a existência de diferença, entre e dentro das espécies vegetais, com relação à capacidade de multiplicar o nematóide. Espécies resistentes, ou seja com fatores de reprodução (FR)<1.0, como verificado para algumas crotalárias, devem ser preferidas para semeadura nas áreas infestadas. Na ausência de espécies vegetais resistentes, o agricultor deve optar por semear genótipos com FR menores, ou seja, que multipliquem menos o nematóide, como por exemplo alguns híbridos de milheto.
Como a interação de P. brachyurus com a soja é menos complexa, não havendo a necessidade de formação de nenhuma célula especializada de alimentação, como ocorre com os nematóides de cisto (H. glycines) e de galhas (Meloidogyne spp.), as chances de se encontrar fontes de resistência são menores. O comportamento das cultivares brasileiras de soja em áreas infestadas também não tem indicado a existência de materiais resistentes ou tolerantes. Todavia, avaliações em casa de vegetação mostraram que as mesmas diferem bastante com relação à capacidade de multiplicar o nematóide. Cultivares com FR menores são as mais indicadas para semeadura em áreas infestadas e para uso, como parentais, em programas de melhoramento genético. Considerando que na maioria das lavouras afetadas, normalmente, as populações do parasita são muito elevadas, o uso da cultivar de soja mais resistente deve ser sempre precedido de, pelo menos, um ano de rotação com uma espécie vegetal não hospedeira.