Traça-das-crucíferas

Plutella xylostella

Plutella xylostella é frequentemente encontrada em cultivos de crucíferas. Alimenta-se da parte externa ou interna das folhas, inutilizando-as para o consumo. É considerada uma praga cosmopolita ocorrendo nas mais diversas regiões do globo, independente das condições climáticas. Sua importância econômica nas diferentes regiões do estado de São Paulo varia consideravelmente, podendo ocasionar reduções de até 60% na produção de repolho.

Algumas das dificuldades observadas no controle desta praga se devem ao fato das áreas de cultivo coexistirem durante o ano todo, com plantas de diferentes idades, proporcionando à praga quantidade abundante e contínua de alimento; além disso, devido ao seu hábito alimentar, a fase larval encontra-se protegida no interior da folha.

Plutella xylostella é a principal praga da cultura das crucíferas e o controle químico é o método mais empregado para reduzir os danos desta praga. Uma alternativa para o controle da P.xylostella é a utilização de agentes de controle biológico, como Bacillus thuringiensis (Bt). Seu uso ainda é restrito, quando comparado aos inseticidas químicos, pois quando aplicado nas folhas, o complexo esporo-cristal fica exposto à radiação solar e é rapidamente desnaturado ou é lavado pela ação das chuvas. A alternativa é o uso endifítico do Bt, que tem a mesma função, sem os limites derivados da baixa ação residual. Este trabalho teve como objetivo determinar o efeito do Bt sobre P. xylostella a partir da aplicação sistêmica da bactéria na planta de couve. Foi utilizado o Bacillus thuringiensis kurstaki marcado com GFP (Btk- GFP), pertencente ao banco de Bacillus spp. da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. A estirpe foi crescida por 72 h em meio nutritivo e inoculada perto da raiz das plantas para avaliar a sua atividade tóxica para nas lagartas de P. xylostella. Após a inoculação foram realizados bioensaios para a determinação da mortalidade das lagartas no terceiro instar. Os resultados obtidos mostraram que, a planta absorveu o Btk-GFP do solo e que este se multiplicou em seu interior, protegendo-a contra os insetos. É possível que esses experimentos preliminares estejam abrindo a possibilidade de uma nova forma de utilização de B. thuringiensis no controle de insetos.