Trapoeraba

Commelina benghalensis

Espécie herbácea perene, vegeta em áreas destinadas à horticultura, a exemplo das culturas de cenoura e tomate. Considerando a fruticultura, instala-se com frequência em pomares de laranja e goiaba, quadras de maracujá, uva espaldeirada e nos cultivos de banana, coco anão verde, mamão, manga e amendoim. Forma compostos alelopáticos que inibem o desenvolvimento da alface. Hospedeira do Cucumber mosaic virus – CMV –, transmitido para outras culturas por meio dos afídeos e ainda do ácaro Brevipalpus phoenicis, que transmite o vírus da leprose dos citros. Hospeda ainda afídeos transmissores do vírus PRSV-p, responsável pelo mosaico do mamoeiro. Fornece alimentos para abelhas.
Apresenta caule rizomatoso e caule aéreo ereto a decumbente, muito ramificado, cilíndrico, verde e com esparsa pilosidade. Folhas simples, alternadas, sésseis ou curtamente pecioladas, bainha envolvendo o entrenó, aberta de um lado, estriada de vermelho e também pilosa. Limbo largo-ovalado com ápice agudo ou com ápice obtuso e revestido por indumento de pelos esparsos em ambas as faces, margem inteira e ciliada. Inflorescência terminal constituída por 3 flores, podendo ocorrer maior número, sempre protegidas por uma ou um conjunto de brácteas espatáceo-sésseis, triangulares com ápice agudo e com a base fechada. Flores pedunculadas, cálice com 3 sépalas livres, corola com 3 pétalas, sendo 2 maiores reniformes, com unha desenvolvida e ápice arredondado, e 1 pétala menor ovalada, com ápice agudo. As pétalas são azuladas, podendo aparecer em tons muito claros, inclusive o branco. Androceu com 3 estames férteis e 3 estaminódios, gineceu tricarpelar. Fruto do tipo capsular. Esta espécie pode ser reconhecida em campo, inclusive no estado vegetativo, pelas folhas largo-ovaladas, que não ocorrem nas outras espécies afins. Propagação por meio de fragmentação do rizoma, fragmentação do caule aéreo e algumas vezes por sementes.