Podridão-negra
Alternaria citri
Descrição: A podridão negra é importante doença pós-colheita, quando os frutos são armazenados por longos períodos. Quando seu ataque se dá antes da colheita, a doença pode provocar uma intensa queda de frutos, como tem ocorrido com relativa freqüência em algumas regiões produtoras paulistas. A doença provoca podridões na parte interna do fruto, inviabilizando-o para o consumo “in-natura”. Como em muitos frutos infectados os sintomas podem só aparecer na sua parte interna, eles podem passar sem ser detectados nas indústrias de suco. A utilização desses frutos no processamento torna o suco amargo e de aspecto ruim, devido a sua contaminação por fragmentos de tecidos negros de frutos infectados. Plantas estressadas são mais sujeitas à podridão negra.
A mancha de Alternaria afeta somente folhas. Ela é muito importante em viveiros, pois afeta severamente os cavalinhos de limão Cravo e limão Rugoso. Essa doença e a podridão negra de frutos são descritas como tendo um mesmo agente causal, com idênticas características morfológicas. Contudo, os fungos responsáveis por essas doenças apresentam características de patogenicidade diferentes.
Sintomas: Frutos com podridão negra amarelecem prematuramente e podem apresentar uma mancha de cor parda na casca, que quase sempre aparece na extremidade estilar do fruto. Entretanto, a doença pode se manifestar somente na parte interna do fruto, na forma de uma podridão negra, que se inicia numa de suas extremidades, principalmente na estilar, e que avança até atingir toda a columela central e os tecidos a ela adjacentes. Quando a doença ocorre em campo, provoca uma intensa queda prematura de frutos maduros ou em vias de maturação.
Manchas de Alternaria ocorrem somente em folhas de limão Cravo e limão Rugoso. As lesões são necróticas, de tamanho variável, em anéis concêntricos, com pontuações escuras sobre a área necrótica central, que constituem frutificações do fungo, e com um halo amarelado ao redor das lesões.
Etiologia: Alternaria citri é descrito como o agente causal das duas doenças. Produz conídios de forma e tamanhos variáveis (25-40 x 15-22 μm), de cor oliva a marrom-escura, dotados de 4 a 6 septos transversais e 1 ou mais septos longitudinais. A. citri desenvolve-se saprofiticamente em tecidos cítricos mortos ou em outros substratos, produzindo grande número de conídios que podem ser carregados pelo vento até a superfície de frutos. A penetração do fungo no fruto pode se dar tanto pela extremidade estilar como pela peduncular. Na região estilar, a penetração é favorecida pelas reentrâncias de casca que se formam nessa área. A penetração do fungo pela extremidade peduncular somente se dá após a senescência dos tecidos dessa região. Após a penetração, o fungo pode desenvolver infecções quiescentes nessas duas extremidades. A manifestação da podridão negra em campo é favorecida quando a colheita é atrasada, ou quando as plantas são submetidas a condições adversas, como por exemplo geadas, secas prolongadas e queimaduras pelo sol.
A. citri que ataca folhas apresenta características morfológicas idênticas às do fungo responsável pela podridão negra. Contudo, a forma que afeta folhas produz toxinas que somente são ativas em folhas de limoeiro Cravo e limoeiro Rugoso.
Controlo: As árvores mantidas em boas condições de nutrição e sanidade são menos sujeitas à podridão negra. A. citri é insensível aos principais fungicidas utilizados no controle de outras podridões de frutos cítricos. Pulverizações com benzimidazóis podem até aumentar a incidência e a severidade de podridão negra em pomares. Quando a doença ocorre afetando frutos em fase final de maturação, a colheita deve ser atrasada para permitir a queda dos frutos já infectados. O controle de pós-colheita pode ser feito com imazalil ou 2,4-D, ou com os dois produtos em conjunto. O uso de 2,4-D promove um atraso na senescência dos tecidos do pedúnculo, atrasando ou restringindo o avanço do fungo para o interior do fruto.
O controle de mancha de Alternaria em viveiros e sementeiras é difícil. Os fungicidas mais utilizados no controle de verrugose em viveiros não têm boa ação contra A. citri. Bons resultados de controle vêm sendo obtidos com o uso dos fungicidas iprodione e tebuconazole.
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