Mancha de alternaria de girassol
Alternaria helianthi
Descrição: Em áreas de clima subtropical úmido, condição predominante nas regiões de cultivo de girassol no Brasil, a mancha de Alternaria é uma das principais doenças, ocorrendo em praticamente todas as regiões e em todas as épocas de semeadura. Os danos causados pela doença podem ser atribuídos à diminuição da área fotossintética da planta, devido à formação de manchas foliares e à desfolha precoce. Plantas severamente atacadas apresentam maturação antecipada, com diminuição da produção e do peso das sementes.
Sintomas: Os sintomas iniciais típicos nas folhas são pequenas pontuações necróticas com cerca de 3 a 5 mm de diâmetro, de coloração variável de castanho a negra, de formato arredondado a angular, com halo clorótico. As lesões características apresentam círculos concêntricos, semelhante a um alvo. Essas lesões podem coalescer, formando áreas extensas de tecido necrosado, provocando a desfolha precoce das plantas. Os sintomas manifestam-se primeiramente nas folhas mais baixas, disseminando-se posteriormente por toda a planta. Entretanto, pode ocorrer infecção generalizada das folhas, independentemente de sua posição na planta. Na haste e pecíolos, as lesões iniciam-se em pequenos pontos ou riscas e, quando numerosas, formam grandes áreas necróticas, podendo tomar toda a haste. Em condições de ataque severo, a doença provoca crestamento total e, finalmente, morte da planta. A quebra de hastes também é comum. Em plântulas, o fungo pode ocasionar queima dos tecidos em desenvolvimento. O fungo também coloniza brácteas e o receptáculo floral, podendo, inclusive, causar podridão de capítulo.
Etiologia: Os conídios de A. helianthi, de formato cilíndrico a elipsoidal e coloridos, não possuem cauda e são formados isoladamente em conidióforos cilíndricos e solitários. Em média, possuem cinco septos transversais e dimensão de 74 x 19 μm. Septos longitudinais são menos comuns em conídios formados no hospedeiro do que naqueles produzidos em meio de cultura. O micélio é marrom-oliváceo, septado, liso, ramificado e coloniza os espaços intercelulares das células do mesófilo. O fungo cresce lentamente esporula bem em meio de batata-dextrose-ágar, formando colônias acinzentadas.
As condições ótimas para a germinação de conídios são alta umidade relativa e temperatura entre 250C e 300C. Em condições favoráveis, o fungo produz grande quantidade de conídios e, em pouco tempo, pode se alastrar para outras partes da planta ou para outras plantas. A disseminação da doença dá-se através do transporte de conídios pelo vento e pela chuva. O fungo infecta sementes, podendo permanecer viável por muitos anos. O patógeno também sobrevive em restos de cultura. As plantas de girassol são suscetíveis durante todos os estádios de desenvolvimento.
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