Nematoide-das-lesões-radiculares

Pratylenchus brachiurus

Descrição: O nematóide das lesões radiculares, Pratylenchus brachyurus, é amplamente disseminado no Brasil. Contudo, quase não existem estudos sobre os efeitos do seu parasitismo nas diversas culturas. No caso da soja, especialmente no Brasil Central, as perdas têm aumentado muito nas últimas safras. O nematóide foi beneficiado por mudanças no sistema de produção e a incorporação de áreas com solos de textura arenosa (<15% de argila) aumentou a vulnerabilidade da cultura.

Diagnose: Embora a intensidade dos sintomas apresentados pelas lavouras de soja atacadas por P. brachyurus seja dependente de alguns fatores, como por exemplo a textura do solo, em geral o que chama a atenção é a presença, ao acaso, de reboleiras onde as plantas ficam menores mas continuam verdes. As raízes das plantas parasitadas apresentam-se, parcial ou totalmente, escurecidas. Isso se deve ao ataque às células do parênquima cortical, onde o patógeno injeta toxinas durante o processo de alimentação. A movimentação do nematóide na raiz também desorganiza e destrói células.

Controle: Pratylenchus brachyurus também pode parasitar a aveia, o milho, o milheto, o girassol, a canade-açúcar, o algodão, o amendoim, etc, alguns adubos verdes e a maioria das plantas daninhas, o que dificulta a escolha de espécies vegetais para inclusão na rotação/sucessão com a soja. Contudo, estudos em casa de vegetação têm mostrado a existência de diferença, entre e dentro das espécies vegetais, com relação à capacidade de multiplicar o nematóide. Espécies resistentes, ou seja com fatores de reprodução (FR)<1.0, como verificado para algumas crotalárias, devem ser preferidas para semeadura nas áreas infestadas. Na ausência de espécies vegetais resistentes, o agricultor deve optar por semear genótipos com FR menores, ou seja, que multipliquem menos o nematóide, como por exemplo alguns híbridos de milheto.
Como a interação de P. brachyurus com a soja é menos complexa, não havendo a necessidade de formação de nenhuma célula especializada de alimentação, como ocorre com os nematóides de cisto (H. glycines) e de galhas (Meloidogyne spp.), as chances de se encontrar fontes de resistência são menores. O comportamento das cultivares brasileiras de soja em áreas infestadas também não tem indicado a existência de materiais resistentes ou tolerantes. Todavia, avaliações em casa de vegetação mostraram que as mesmas diferem bastante com relação à capacidade de multiplicar o nematóide. Cultivares com FR menores são as mais indicadas para semeadura em áreas infestadas e para uso, como parentais, em programas de melhoramento genético. Considerando que na maioria das lavouras afetadas, normalmente, as populações do parasita são muito elevadas, o uso da cultivar de soja mais resistente deve ser sempre precedido de, pelo menos, um ano de rotação com uma espécie vegetal não hospedeira.

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