Míldio

Plasmopora viticola

Descrição: É a principal doença fúngica da videira, podendo infectar todas as partes verdes da planta, causando maiores danos quando afeta as flores e os frutos.

Sintomatologia:  Nas folhas, na parte superior aparecem manchas amarelas, translúcidas contra a luz do sol com aspecto encharcado, denominadas de "mancha de óleo". Em umidade relativa alta (acima de 95%), surge a esporulação branca do fungo na parte inferior da mancha, a seguir a área afetada fica necrosada, podendo causar a queda da folha. Nas inflorescências infectadas ocorre o escurecimento da ráquis, podendo ainda haver esporulação do fungo, seguido pelo secamento e queda dos botões florais. Quando o fungo ataca as bagas mais desenvolvidas, estas são infectadas pelos pedicelos e o fungo se desenvolve no interior da baga, tornando-as escuras, duras, com superfícies deprimidas, provocando a queda das mesmas. Este sintoma nesta fase de desenvolvimento é denominado de "míldio larvado" ou grão preto.

Condições predisponentes: A temperatura ideal para o desenvolvimento do míldio fica entre 18ºC a 25ºC. O fungo necessita de água livre nos tecidos por um período mínimo de 2 horas para haver infecção. A presença de água livre, seja proveniente de chuva, de orvalho, ou de gutação, é indispensável para haver a infecção, sendo a umidade relativa do ar acima de 98% necessários para haver a esporulação. A infecção do fungo nas folhas se dá pelos estômatos presentes na face inferior, estômatos e pedicelos durante a floração e inicio da frutificação e pedicelos quando a uva já está mais desenvolvida.

Medidas de controle: O controle preventivo deve começar adotando-se medidas que melhorem a aeração e insolação da copa, objetivando diminuir o tempo de molhamento foliar. Estas medidas incluem: espaçamento adequado; evitar áreas de baixada ou voltados para o sul, quando for escolher o local do vinhedo; boa disposição espacial dos ramos sobre o aramado; adubação equilibrada; poda verde (desbrota, desnetamento, desfolha, desponte, etc.). 

  • O controle químico deve ser realizado com os fungicidas registrados para a cultura. Estes podem ter ação de contato (superfície), de profundidade, e ação sistêmica. 
  • Os produtos de contato só protegem a superfície coberta pela aplicação, e não tem ação sobre o fungo no interior dos tecidos, por isso uma boa e uniforme cobertura durante a pulverização é necessário para a eficácia destes produtos. Tem pouca persistência na planta, são facilmente destruídos pelas altas temperaturas, radiação solar e lavados pela chuva. 
  • Os fungicidas com ação de profundidade podem atuar sobre o fungo no interior das folhas até dois dias após a infecção, porém não circulam na planta e também só protegem as partes pulverizadas. Podem ser usados quando se constata os sintomas iniciais do míldio, porem são mais eficazes quando aplicados preventivamente. 
  • Os produtos sistêmicos circulam pela seiva da planta, podendo matar o fungo até três dias após a infecção. Devido sua ação sistêmica, podem proteger as partes não pulverizadas da planta. Embora mais eficazes, não se recomenda mais de duas a três aplicações por safra, pois há riscos do aparecimento de raças resistentes do fungo a estes fungicidas. Recomenda-se que estes produtos sejam aplicados nos estádios de maior sensibilidade da cultura, que são a floração até o inicio da maturação. Para evitar o aparecimento de resistência, recomenda-se também um programa de tratamentos com alternância de produtos. 
    Os fungicidas cúpricos quando usados durante o florescimento e logo após o pegamento dos frutos podem causar fitotoxicidade. Um maior cuidado no controle do míldio deve ser dispensado durante a floração até o inicio da maturação, pois é nestes estádios que ocorre a infecção no cacho, causando o "míldio larvado ou grão preto". Os tratamentos devem ser preventivos, pois após o aparecimento do "grão preto" os danos e os prejuízos já foram produzidos. 

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