Traça da uva

Lobesia botrana

Os adultos desta espécie são borboletas com cerca de 6 mm de comprimentos e 10 a 12 mm de envergadura. As asas anteriores estão cobertas de manchas castanhas e cinzentas que fazem lembrar o mármore, as asas posteriores são acinzentadas. Os ovos têm forma lenticular, arredondada e achatados com um diâmetro inferior a 1 mm. No início são amarelados e posteriormente adquirem uma coloração translúcida com tonalidade cinza. As larvas nascem com 1 mm de comprimento e chegam a atingir 1 cm no 5º e último estádio de desenvolvimento larvar. A sua cor varia desde o amarelo claro, incluindo as tonalidades verdes.

Quando incomodadas reagem com movimentos rápidos e geralmente penduram-se num fio sedoso. Hibernam sob a forma de crisálida no tronco das cepas, nas folhas caídas no solo. Na Primavera, quando a temperatura começa a aumentar, aparecem os primeiros adultos. No início do voo predominam os machos enquanto que na parte final predominam as fêmeas, sendo o voo e o acasalamento actividades crepusculares. As posturas são geralmente realizadas sobre os botões florais e menos frequente em gomos. Cada fêmea pode realizar posturas até 50 a 80 ovos durante 6 dias, morrendo depois. A incubação dos ovos da 1ª geração dura entre 7 a 11 dias, nascendo jovens lagartas, que comendo os botões florais, que juntam com um fio sedoso, formam um ninho que lhe serve de protecção até completarem os seus desenvolvimento. Este tem uma duração de 20 a 30 dias, após o qual as lagartas tecem um casulo no qual irão pupar durante 5 a 10 dias, aparecendo os adultos da 2º geração. As fêmeas desta geração efectuam posturas nos jovens bagos em crescimento, aos 4-5 dias dá-se a eclosão surgindo jovens lagartas que penetram para o interior do bago. Depois de puparem aparecem os adultos de 3ª geração. A postura tem agora lugar nos bagos já pintados, e à semelhança da geração anterior, as larvas penetram e roem a superfície dos bagos. Estas feridas proporcionam o aparecimento de podridões. No final do seu desenvolvimento as lagartas da 3ª geração, sob a acção do fotoperíodo hibernam sob a forma de crisálida.

Os estragos podem resumir-se da seguinte forma: na primeira geração aparecem ninhos resultantes da união dos gomos florais, que podem ou não apresentar-se roídos e podem instalar-se vários tipos de podridões. Nas 2ª e 3ª gerações o aparecimento de ovos ou perfurações nos bagos, constitui um sinal da sua presença e intensidade. Os estragos directos são a destruição parcial dos cachos. Os estragos indirectos são mais graves e resultam dos vários tipos de podridões que se podem instalar.

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