Podridão-mole

Pectobacterium carotovorum subsp. carotovorum

Cultura: Cenoura, rabanete, Batata

Sinonímia: Erwinia carotovora pv. carotovora (Jones) Bergey, Harrison, Breed, Hammer et Huntoon e Pectobacterium carotovorum (Jones) Waldee. 

Descrição: Bactéria Erwinia carotovora subsp. carotovora (Jones) Bergey, Harrison, Breed, Hammer et Huntoon. Essa doença é de grande importância em todas as hortaliças em geral, principalmente sob condições de alta umidade e temperatura e na presença de ferimentos nas folhas e no caule.
A podridão mole da cenoura se caracteriza pelo apodrecimento do bulbo, tanto no campo quanto em pós-colheita, sendo mais importante no último caso.
A podridão-mole das brássicas se caracteriza pelo apodrecimento das folhas e da "cabeça".
Essa doença encontra-se disseminada em todas as regiões produtoras de rabanete e cenoura do Brasil, pois a bactéria é nativa na maioria dos solos brasileiros.
A bactéria tem um amplo círculo de hospedeiros, principalmente solanáceas cultivadas e plantas daninhas, de preferência as que têm consistência carnosa, como cebola, repolho, couve-flor, etc.

Sintomas na cenoura: Os sintomas típicos da doença no campo são a murcha e o apodrecimento das raízes. Folhas: Murcha. Raiz: A bactéria penetra na raiz através de ferimentos provocados por causas diversas, como insetos, instrumentos agrícolas, nematóides, etc., apodrecendo-a rapidamente de maneira que as folhas separam-se com facilidade da raiz, a qual fica embaixo da terra. Em pós-colheita, a doença é comum quando as raízes são coletadas muito molhadas, ou quando lavadas e não são secadas o suficiente e embaladas com excesso de umidade, nesse caso, o apodrecimento total da raiz pode levar apenas 48 horas.

Sintomas no rabanete: O sintoma típico da doença é o apodrecimento aquoso das folhas, coroa e raiz, as quais escurecem e exalam um odor desagradável por causa da proliferação de outros microorganismos oportunistas. Folhas: A bactéria penetra através de ferimentos nas folhas feitos por insetos, como a traçadas-crucíferas, vento forte levando poeira, implementos agrícolas, etc., e produz manchas encharcadas de rápida evolução. A coroa apodrece, tornando-se negra e com odor muito desagradável.

Bioecologia: A bactéria é habitante comum do solo e sobrevive sobre os restos vegetais como saprófitos ativos e se adapta a uma alta variação de temperatura, sobrevivendo durante muitos anos.
A principal fonte de infecção e disseminação nas lavouras é a água contaminada para irrigação; também é disseminada pelos respingos da água da chuva ou irrigação por aspersão, pelos operários durante o manuseio, insetos e pelos equipamentos contaminados.
Solos mal drenados ou suscetíveis de sofrer encharcamento, excesso de umidade, seja causada pela chuva ou por irrigação, temperaturas altas e adubação nitrogenada em excesso são condições que favorecem o aparecimento da doença.

Controle na cultura de cenoura: Utilizar sementes limpas e adequadamente tratadas. Plantar em solos bem drenados; utilizar água não-contaminada, evitar a irrigação por aspersão e irrigar só quando necessário; fazer rotações de cultura, de preferência com gramíneas durante no mínimo um ano; controlar as plantas daninhas, principalmente as solanáceas e crucíferas voluntárias; evitar ferimentos nas raízes e folhas. Estabelecer um programa de controle de nematóide-das-galhas e insetos do solo. Coletar as raízes quando o solo estiver seco e evitar ferimentos durante a colheita; depois de lavadas, secar bem as raízes antes de serem embaladas e conservar em local fresco e ventilado. A lavagem deve ser feita com água limpa, e passar as raízes numa solução de kasugamicina.
Fazer pulverizações regulares com produtos cúpricos e com antibióticos quando for necessário.

Controle na cultura do rabanete: Reistência varietal - Não há referências sobre possíveis variedades ou cultivares com algum tipo de resistência ou tolerância à podridão-mole. Práticas culturais - Utilizar sementes limpas e adequadamente tratadas. Plantar em solos bem drenados; evitar plantações muito densas para facilitar o arejamento; utilizar água nãocontaminada, evitar a irrigação por aspersão e irrigar só quando necessário; fazer rotações de cultura, de preferência com gramíneas, durante no mínimo um ano; controlar as plantas daninhas, principalmente as solanáceas e crucíferas voluntárias; evitar ferimentos nas raízes e folhas. Controle químico - Não há indicação de uso de produto químico para o controle da podridão-mole; recomenda-se o controle de nematóides e insetos, como a traça-dascrucíferas, causadores de ferimentos que facilitam a entrada da bactéria e o desenvolvimento da infecção.

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