Pulgão-da-folha

Metolophium dirhodum

Descrição e biologia: Os pulgões são insetos pequenos (1,5 a 3,0 mm), de corpo mole e piriforme, com antenas longas. O aparelho bucal é do tipo picador-sugador e o desenvolvimento paurometabólico. São altamente prolíficos e reproduzem-se por viviparidade e partenogênese telítoca. Vivem sobre a planta em colônias formadas por adultos (fêmeas) alados e ápteros e por ninfas de diferentes tamanhos. As formas de disseminação podem voar centenas de quilômetros com auxílio do vento. Apresentam ciclo de vida muito curto, podendo completar uma geração a cada semana e originar até 10 ninfas/fêmea/dia. Desenvolvem-se e multiplicam-se melhor em temperaturas amenas (18 a 25º C) e em períodos de pouca chuva. O clima frio aumenta a duração do ciclo de vida e diminui a multiplicação.

Ocorrência: O pulgão-verde-dos-cereais e o pulgão-da-aveia podem incidir logo após a emergência da cultura e, à medida que a planta vai crescendo, vão se estabelecendo no colmo e nas folhas mais baixas. O pulgão-da-espiga, embora possa ocorrer em baixa densidade no afilhamento, aparece em maior número nas folhas, junto com o pulgão-da-folha, preferindo se instalar nas espigas. O pulgão-verde-dos-cereais ocorre de modo mais intenso em situações de temperatura média mais elevada, podendo atingir níveis de dano em regiões ou em anos de inverno pouco rigoroso. Na região Sul, a incidência do pulgão-verde-dos-cereais e do pulgão-da-aveia tem sido muito freqüente nos meses de outono, em plantios mais precoces e na cultura de aveia. O pulgão-da-folha e o pulgão-da-espiga ocorrem um pouco mais tarde, sendo que, geralmente, apenas em clima seco e de temperaturas amenas (invernos pouco intensos ou na primavera), podem acontecer pequenos surtos destas duas espécies.

Danos: Pulgões, tanto jovens (ninfas) quanto adultos, alimentam-se de seiva, causando danos ao trigo desde a emergência das plantas até que os grãos estejam completamente formados (estádio de grão em massa). Os danos dos pulgões podem ser ocasionados diretamente, através da sucção da seiva e de suas conseqüências no rendimento de grãos, como diminuição de tamanho, número e peso de grãos. Um dos principais danos indiretos é a transmissão de um agente fitopatogênico que reduz o potencial de produção do trigo, o Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC). O VNAC sobrevive em diversas espécies hospedeiras e é disseminado de plantas infectadas para sadias, através da saliva do vetor. Em trigo, pode provocar sintomas como nanismo das plantas e folhas de coloração amarela-intensa com bordas arroxeadas, mais curtas e eretas. S. graminum R. padi provocam um dano adicional, causado pela toxidez da saliva; nos locais picados pelo pulgão ocorrem manchas cloróticas que podem evoluir para necrose do tecido, secamento de folhas e morte de plântulas.

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