Podridão da coroa

Ceratocystis paradoxa

Descrição: Esta doença causa perdas severas devido ao apodrecimento dos frutos durante o transporte e comercialização, podendo atingir valores de até 70%. A podridão negra do abacaxi é considerada a segunda doença em importância no Brasil, perdendo apenas para a fusariose. A doença está amplamente distribuída em todos os países produtores de abacaxi, ocorrendo na África do Sul, Austrália, China, Cuba, Estados Unidos, Fidji, Haiti, Jamaica, Malásia, México, Papua-Nova Guiné, Porto Rico, República Dominicana, Suriname, Taiwan, Trinidad e Tobago e Venezuela, entre outros. No Brasil, há registros de incidência nos estados de Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, mas acredita-se que esteja presente em outros estados com tradição nesta cultura. Ceratocystis paradoxa é um fungo polífago e, além do abacaxi, ataca espécies de mais de 10 famílias de plantas, entre elas, Anacardiaceae, Arecaceae, Convolvulaceae, Poaceae, Solanaceae, etc.
No Nordeste Brasileiro, este fungo é responsável pela resinose em Palmáceas, como o coco.

Danos: Os sintomas típicos da doença são o apodrecimento mole e negro geralmente na base dos frutos maduros e a produção de um agradável cheiro etéreo devido à fermentação da glicose. Muito raramente ocorrem sintomas nas folhas, mas, quando acontece, observa-se o apodrecimento da parte basal, local onde o fungo penetrou através de algum tipo de ferimento. Muito esporadicamente pode haver apodrecimento das mudas, causado pela entrada do fungo através dos ferimentos normais que são produzidos quando as "gemas" são separadas da base do fruto. Os sintomas ocorrem somente nos frutos maduros e se apresentam como uma lesão mole, situada quase sempre na base do fruto; com a evolução da doença, os tecidos tornam-se liqüefeitos e adquirem uma coloração marrom-amarelada até, finalmente, ocorrer a desintegração do fruto; os tecidos adquirem um aspecto esponjoso, expondo a polpa, que mostra uma coloração negra devido ao crescimento do fungo e à grande quantidade de esporos produzidos.

Controle: Não há referências sobre a existência de variedades ou cultivares com algum tipo de resistência ou tolerância a C. paradoxa. Evitar as colheitas durante os dias chuvosos, assim como os ferimentos, e deixar sempre um pedaço do pedúnculo nos frutos. Realizar tratamento com fungicidas protetores após a colheita, principalmente na base do fruto. Realizar desinfecções periódicas dos locais de embalagem e armazenamento e mantê-los bem arejados. Armazenar os frutos em frigoríficos a temperatura abaixo de 10°C.

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