Oídio da macieira

Podosphaera leucotricha

Sintomatologia: Ataca todos os órgãos em crescimento, nomeadamente ramos, folhas, flores e frutos. Durante o período vegetativo nos ramos são visíveis os sintomas do ataque do ano anterior. Estes ramos encontram-se cobertos com a pubescéncia branco-acinzentada característica da doença. Os gomos apresentam as escamas ligeiramente entreabertas. No período de crescimento dos ramos é possível identificar a mesma sintomatologia. No início do período vegetativo os crescimentos resultantes dos ramos infectados aparecem com as folhas de dimensões mais reduzidas, mais estreitas, ligeiramente endurecidas e, por vezes, dobradas para a página superior. Nestas folhas aparece também a pubescência branco-acinzentada formada pelo enfeltrado do micélio e frutificações do fungo. As folhas resultantes dos ramos não atacados podem sofrer infecções secundárias, sendo altamente susceptíveis nos 7 primeiros dias de crescimento. As infecções aparecem geralmente junto às nervuras estendendo-se por todo o limbo, ficando as folhas com uma consistência mais rija e cobertas pelo micélio e frutificações do fungo. As folhas podem também ficar encurvadas, com necroses e dando-se a sua queda prematura. Geralmente, as folhas da base dos ramos não são infectadas.
A susceptibilidade da folha reduz-se com a idade. As flores podem ser atacadas, muitas vezes levando ao seu aborto. Os frutos infectados na fase inicial do seu crescimento muitas vezes não manifestam sintomas visíveis. Contudo, mais tarde, ao atingirem maior diâmetro, surgem necroses superficiais com a formação de uma carepa muito característica, em que se dá a suberificação das células da epiderme em zonas lineares e correspondentes ao crescimento do micélio.

Biologia: O oídio da macieira é um ectoparasita obrigatório, desenvolvendo todo o micélio e frutificações à superfície dos órgãos e emitindo apenas os haustórios para o interior dos tecidos vegetais. Hiberna sob a forma de micélio nas escamas dos gomos atacados. eventualmente na forma de conídios e, mais raramente, na forma de cleistotecas formadas antes do período de repouso vegetativo da cultura. No início do período vegetativo, os órgãos resultantes dos gomos contaminados são infectados pelo micélio, onde mais tarde se formam os conidióforos com os conídios em cadeia, responsáveis pelas infecções secundárias. As infecções sucedem-se enquanto as condições se mantiverem favoráveis (temperatura entre os 15° e 26° C) e houver crescimento activo da planta. É pouco exigente em humidade relativa, podendo originar infecçôes desde que a humidade seja superior a 25%.

Danos: O oídio caracteriza-se pela formação de uma massa esbranquiçada formada por micélio e conídios do fungo, que recobrem total ou parcialmente os órgãos aéreos. Nos frutos, ocorre o “russeting”, rugosidade sobre a película considerado um efeito da infecção em pós-florada, depreciando o valor comercial do produto.
Nos viveiros, o oídio ataca o ponteiro da muda; nos pomares infecta folhas, flores e frutos. Folhas têm desenvolvimento reduzido. Gemas floríferas infectadas abrem tardiamente ou são mortas pelas temperaturas baixas de primavera. Ramos infectados são mais curtos que ramos sadios.

Controle: A remoção, durante o inverno, de ponteiros de ramos infectados reduz substancialmente o inóculo primário. O mesmo efeito é obtido com despontes durante o ciclo vegetativo.
Os fungicidas recomendados são: enxofre molhável, triforine, fenarimol e pyrazophoz. A época de aplicação vai do estádios D ao I. Deve-se tomar cuidado no uso de fungicidas, que aplicados nos estádios G e J poderão causar o “russeting” por problemas de fitotoxidade. Neste período, a epiderme do fruto é muito sensível. Pode-se contornar o problema reduzindo a dosagem dos fungicidas. O intervalo para as aplicações é de 10 dias. Fungicidas altamente supressivos como o triadimefon, que reduz drasticamente a produção de conídios, podem ser aplicados no estádio fenológico F2.
Os cultivares Fuji, Belgolden, Delcon, Prima e Gala são moderadamente resistentes enquanto Starkrimson, Royal Red Delicious, Willie Sharp, Delicious, Mutsu, Orin, Pome 15, Pome 3, Starking, Tsugaru e Golden Delicious são resistentes.

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