Cigarrinha-da-cvc

Oncometopia facialis

CARACTERÍSTICAS
As cigarrinhas são insetos sugadores que se alimentam em vários tecidos vegetais, principalmente no sistema vascular dos citros. Da ordem Hemíptera, elas se dividem em mais de 70 espécies, pertencentes a oito famílias distintas. A maioria habita a vegetação rasteira.
Em anos chuvosos, as cigarrinhas aparecem na primavera e, em anos secos, começam a surgir no início do verão. Embora algumas espécies possam sugar volumes significativos da seiva de plantas cítricas, essa alimentação tem pouco impacto econômico para a cultura.
As exceções são algumas espécies da subfamília Cicadellinae, consideradas pragas chaves por serem vetores da bactéria Xylella fastidiosa, que causa a Clorose Variegada dos Citros (CVC).
As cigarrinhas podem transmitir a bactéria em todas as fases de desenvolvimento e por toda o ciclo de vida, a partir do momento que adquirem a Xylella fastidiosa, mas a mais importante é a adulta. Doze espécies de cigarrinhas são comprovadamente capazes de transmitir a CVC.

A Oncometopia facialis prefere ramos mais desenvolvidos, sendo encontrada com mais frequência em ramos eretos. Os ovos são depositados lado a lado, em uma única camada, e recobertos com cera pela fêmea. As ninfas são escuras ao nascerem e tem período de crescimento de 76 dias. Mede cerca de 1,1 cm, tem asas marrons, mesclando áreas transparentes e douradas, com uma mancha escura na parte posterior da cabeça. Tem ocorrência na Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Paraguai. 

MONITORAMENTO
Existem vários métodos de amostragem da população de cigarrinhas. Na hora da escolha, contudo, deve-se levar em consideração a sua eficiência e praticidade.
1. Armadilha adesiva amarela
A sua distribuição deve ser uniforme pelo talhão. O tamanho mais comum é 12x7cm. Devem ser colocadas, preferencialmente, na face norte das plantas, a uma altura de 1,5 a 1,8 m do chão. Tem duração de, no máximo, um mês e pode ser afetada por chuva e poeira. Entre as vantagens estão a possibilidade de coleta constante e a indicação da movimentação e da quantidade de cigarrinhas. 
2. Observação visual
É eficiente desde que o inspetor tenha prática e seja bem treinado para reconhecer as principais espécies. Além disso, é preciso conhecer os hábitos das cigarrinhas para facilitar a sua localização na planta.
A principal vantagem desse método é que pode ser realizado durante as inspeções rotineiras de ácaros e outras pragas. Em pomares adultos, o ideal é fazer a amostragem nas replantas ou nas brotações novas. Nas áreas em formação não é preciso distinguir as plantas. Para uma margem de segurança mínima, a base para a amostragem deve ser de 1% a 2% das árvores, com uma boa distribuição dentro do talhão.
3. Rede entomológica (puçá)
É um método eficaz capaz de capturar cigarrinhas que escapam à observação visual. Com a rede é possível alcançar ramos mais altos da planta. Para uma amostragem confiável, prática e rápida, o ideal é aliar a observação visual com a rede entomológica.
No primeiro momento, deve-se visualizar os principais locais de preferência das cigarrinhas e, posteriormente, usar a rede nos ramos novos e eretos. A rede deve cobrir rapidamente toda a extensão do ramo e a boca do puçá torcida para evitar a fuga das cigarrinhas. Em seguida agite o puçá ou o ramo para que os insetos passem para a rede. Retire o puçá com cuidado e, então, registre o número e as espécies capturadas. Como na observação visual, haverá segurança razoável se a base de amostragem for de 1% a 2% das árvores com uma boa distribuição no talhão.

CONTROLE
O controle químico de cigarrinhas tem como objetivo reduzir ao máximo a sua população e deve ser realizado da seguinte forma:
1. Em pomares novos com até três anos
Nesse estágio, é feito de forma preventiva para proteger a planta durante todo o ano. Pode-se usar somente de inseticidas de contato ou de inseticidas sistêmicos no período das chuvas aliados a inseticidas de contato no período seco do ano. Nas duas estratégias deve-se levar em consideração o período de controle de cada produto.
O combate à praga deve ser mais rigoroso quando os novos plantios estão próximos a pomares contaminados, mas o fato de um pomar estar isolado de outros não elimina a necessidade de controle. Assim como a pulverização não reduz a necessidade de vistoria do pomar e eliminação de plantas doentes, bem como o plantio de mudas produzidas em viveiro telado não significa que elas serão resistentes a pragas e doenças, por isso, o controle deve ser rigoroso e de forma sistemática.
Um dos riscos de um controle ineficiente é que seus malefícios serão notados de um a dois anos depois, quando o pomar já pode estar comprometido.
2. Em plantas com mais de quatro anos
O controle deve ser realizado quando houver a presença de, pelo menos, uma cigarrinha em 10% das árvores vistoriadas ou, ainda, quando há cigarrinhas na armadilha adesiva amarela.
Nos pomares em produção, a pulverização pode ser feita juntamente com o controle de outras pragas, diminuindo os custos da aplicação. Em talhões com incidência da doença ou próximos a pomares com um grande número de plantas afetadas, a recomendação é adicionar inseticidas aos acaricidas já utilizados, principalmente entre a primavera e o verão.
O método de controle deve ser escolhido levando-se em o manejo ecológico. É importante ficar atento para evitar desequilíbrio ecológico no pomar e induzir o aparecimento de outras pragas, uma vez que existem inimigos naturais nos pomares que reduzem entre 15% e 40% a população das cigarrinhas.
O Fundecitrus mantém uma linha de pesquisa de inseticidas eficientes com menor grau de agressividade ao meio ambiente e formas de pulverização também menos agressivas. O uso de inseticidas sistêmicos aplicados via tronco ou drench tem apresentado bom controle das cigarrinhas com baixo impacto ao ambiente.

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